Brahmacharya é o 4º dos cinco Yamas, as condutas éticas que devem ser refletidas para cultivarmos uma vida mais equilibrada e espiritualizada. Brahman significa a criação, charya “conduta”, “ir de encontro a”. É o caminho que nos leva à consciência da existência divina. Esta temática também fala sobre a conservação da energia vital (prana) como forma de entrar em contato com o sagrado e as manifestações de criação.
O ser humano é um produto vivo da criação e, por isso, tem plena capacidade de manifestar dons criativos. Tais “obras” podem ser exteriorizadas de diversas formas e em inúmeras áreas, não necessariamente sendo pintor, cantor, dançarino, etc…toda forma de criação é sagrada. Reconhecer esta realidade é sacralizar a própria existência e valorizá-la ao máximo.
A consciência é energia e ela acompanha a concentração (dharana), ou seja, onde destinamos a nossa atenção e presença, é onde a consciência será despertada. Os iogues ensinam que a energia sexual é poderosíssima. Através dela temos a capacidade de inclusive criar outro SER.
Esta potencialidade destaca a importância de compreender e direcionar tal energia. Bramahcharya pode ser interpretado como a prática de canalizar a energia sexual para propósitos mais elevados, como o estudo e a criação, sendo o celibato adotado em contextos específicos, como no caso dos monges.
O guru Swami Sivananda Saraswati diz: “Um homem tem mil e um desejos. Mas o forte desejo central é o desejo sexual.” É tão poderoso que fisicamente pode trazer uma nova vida. Portanto, na prática do Brahmacharya, canalizamos essa poderosa energia sexual para trazer uma “nova vida” no sentido espiritual e energético.
Na escritura Yoga Sutras, alforismo 38, Patañjali menciona explicitamente Brahmacharya e elucida a sua relevância na jornada espiritual do praticante de Yoga. Ele nos incentiva a cultivar a moderação em nossas interações e relacionamentos, reconhecendo que equilibrar a energia vital é fundamental para alcançar estados mais elevados de consciência.
AFIRMAÇÃO: “Ao conservar a energia vital eu recebo vitalidade para a jornada espiritual”.
Texto: Renata Meire