A conduta Asteya tem como tradução “não roubar” ou evitar se apropriar daquilo que não lhe pertence. Esta conduta faz com que a prática da gratidão sobre o que já se tem esteja em evidência para não surgir a necessidade de perder tempo cobiçando e invejando vidas alheias.
A inveja é um sentimento real e, em algumas situações, incontrolável, mas “vibrar” nesse estado não é saudável nem está alinhado com o autoconhecimento, pois, quando o olhar está demasiadamente voltado “para fora”, não há lugar nem tempo para a autoaceitação e o desenvolvimento pessoal.
Asteya não está somente relacionado às pessoas e bens materiais, mas também ao tempo, ideias e forma de ser do outro, assim como a relação com a natureza e suas manifestações. A reflexão surge com indagações. Perguntas como : costumo contribuir e admirar ou invejar e tirar? Valorizo o que sou e tudo o que recebo em minha vida ou sempre estou insatisfeito?
Asteya é um Yama, ou seja, algo que é preciso construir, lapidar e conscientizar. É uma conduta para que a mente possa ser cultuada em um estado mais claro e objetivo pois, na visão da cultura védica, a preparação da mente inicia com condutas e valores éticos (Yamas e Nyamas) e uma vida em Yoga proporciona o caminho para esta realização.
Na escritura Yoga Sutras de Patañjali é dito no sutra 2.37: “No estabelecimento do não roubar, sobrevém a proximidade com todos os tesouros, incluindo a virtude”. Ter proximidade com todos os tesouros significa que a pessoa não passa necessidade, tudo o que ela necessita, chega até ela. Quando não há apropriação de algo que não lhe pertence, o indivíduo não sofre de carências ou necessidades.
Afirmações para Asteya:
– Eu sou suficiente.
– A honestidade natural permite-me viver em harmonia integral.
Texto: Renata Meire